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E. Stuart Hardy, The Arrival of the King & Queen of Fairies, 1895
O tempo da luz chegou. A luz que nasce da escuridão, que ilumina a noite e a caminhada do neófito. A partir do fogo abre-se o portal para Elfhame, que será o centro da comunhão com os espíritos. No altar, vela vermelha em honra ao Senhor da Luz, que não apenas traz o brilho mais longo, mas que também clareia a noite. Vela verde em honra à Senhora da Floresta, que concebe o Portal da Vida e os Caminhos. Vara Bifurcada a Sul, no Portal para Elfhame, e Fogo no centro do círculo, o altar da incineração do ego. Alecrim, Erva Cidreira, Sabugueiro e Sálvia e são os Genii condutores ao êxtase de Elfhame.
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As Sombras queimadas regressam à terra,
E permanecerão na Escuridão serena.
Dessa Escuridão brotará a Luz,
A Marca sinistra da caminhada.
O entrar na noite é o caminho até aos Portões para a Luz. Nela convocamos e comungamos com os Velhos Deuses. Atraímos os sonhos atávicos e as forças da ancestralidade da terra, para celebrar o Fogo da época.
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Dama de Elfhame e Rei Élfico,
Velha Feiticeira e Velho Iniciador,
Senhora Verde que germinas o Portal da Vida,
Senhor Brilhante que iluminas o Caminho,
Senhores das Bestas e dos limites terrenos,
Senhores deste e do Outro Lado,
Eu vos convoco como um só
Na união sagrada da fecundidade.
Através da Roda fadada,
Dentro do Caldeirão sagrado da vida,
Celebro este rito em vossa honra.
Incensar o caminho do Fogo até ao Portal para Elfhame. Em visão extática deixar o Fogo queimar a Carne, erguendo-se das suas cinzas a contraparte numinosa. Seguir até à Vara Bifurcada e estabelecer a abertura dos Portões.
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Senhores de Aquém e de Além,
Que os Portões sejam abertos
Nesta Noite de Luz e Fogo,
E eu possa caminhar pelo Monte Mágico,
Comungar com os Seres Feéricos,
E beber da Fonte dos Espíritos.
O que for vivenciado depois da passagem dos Portões de Elfhame pode ser anotado, estudado e consultado por oráculos. Ao sair da noite, honrar a luz do amanhecer.
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Salve Sol triunfante,
Que lanças os teus Raios sobre a terra,
Que eles sejam a Luz para o Caminho,
Que sejam o Fogo para o Caldeirão,
Que sejam a Fonte para a nossa Arte,
Pelo Olho, pela Boca e pela Mão.
Libações e oferendas, quer aos Deuses quer ao Povo Feérico são requisitadas.
Que este tempo seja tempo de Luz, a luz que encandeia os olhos do neófito e o alinha com o Numen da Gnose atávica, a partir do Fogo do Senhor de Cornos e pelos Portões da Senhora dos Caminhos, deste e do outro lado. Que a Arte seja reduto desta Luz primordial.